1- Como você começou a escrever? Era um sonho se tornar escritora?
Comecei a escrever no início da adolescência. Sempre gostei de escrever, e no início da adolescência escrevi um livro que acabei perdendo em alguma gaveta. Era um romance histórico. Mas, profissionalmente, visando a publicar, comecei há pouco tempo. Nunca tinha pensado em ser escritora até uns três anos atrás. E olha que a primeira versão de Reencontro eu escrevi há uns cinco anos. Mas posso dizer que ser escritora é um sonho que estou realizando, tendo minhas obras publicadas e novos projetos. Descobrindo a mim mesma e ao mundo a cada palavra. E, claro, tentando tocar muitas pessoas com meus escritos.
2- Essa vontade de escrever já vinha quando pequena?
Não sei quando ela nasceu, acho que foi comigo. Como disse Clarice Lispector sobre o amor, em um conto seu, “já era antes de ser". Acho que é minha essência escrever. Mas antes eu preferia desenhar, comecei a escrever mais há poucos anos. Antigamente escrevia em blogs e arriscava coisas que hoje em dia sei que eram poemas. Também escrevia músicas.
3- Os personagens do livro foram inspirados em alguém que você conheça ou até em você mesma? Conte-nos.
Claro que foram inspirados em mim e em pessoas que conheci, mas não é uma autobiografia. Acho que "toda arte é autobiográfica, a pérola é a autobiografia da ostra", como disse Fellini. Os personagens e o livro foram inspirados na vida e em meus sentimentos. Não consigo criar nada que não esteja em mim ou perto de mim.
4- De onde surgiu a ideia do título do livro?
Foi a última coisa. Mas tinha que ser “Reencontro”. O título tem tudo a ver com a história. Não é simplesmente um título clichê. No livro também tem uma música que o Rafa faz, "Reencontro", que existe mesmo, tenho que gravá-la melhor. Acho que "Reencontro" é um título amplo que está ligado de várias formas ao livro.
5- Além de "Reencontro", você tem mais alguma obra de sua autoria? Ou, está em processo de escrita de algum outro livro?
Estou lançando um livro de poemas e prosas poéticas, “A Queda da Bastilha”, pela Confraria do Vento, Rio, em outubro. E com outros projetos. Tenho contos e poemas publicados em antologias, sites e revistas. Estou escrevendo meu novo romance, na verdade pesquisando ainda. E escrevendo contos.
6- Há alguma previsão de lançamento de um outro livro? Se sim, quando?
Outubro ou começo de novembro, em Porto Alegre, do livro de poemas e prosas poéticas “A Queda da Bastilha”, com orelha do escritor e crítico Majela Colares e prefácio do reconhecido artista plástico gaúcho Roberto Schmitt-Prym. É um livro, como disse o Prym, bastante autobiográfico. Como acho que tudo o que escrevo, em essência!
7- Alguns autores dizem que aqui, no Brasil, livros estrangeiros fazem muito sucesso, enquanto autores nacionais, muitas vezes, são discriminados. Você sente isso?
Isso é verdade! Nesse ponto, talvez sejamos Brasil-Colônia ainda, "o que é de fora é melhor" e isso não é verdade. Tivemos e temos grandes escritores que marcaram o mundo. Nenhum outro lugar teve Clarice Lispector, apesar de ser ucraniana. E eu considero Clarice uma das mais geniais de todos os tempos, não conheço outra escritora que melhor exprimiu os sentimentos humanos. Acho que governo, leitores, editoras e os próprios escritores devem começar a valorizar mais a literatura nacional. Há uma nova geração de escritores nacionais surgindo, e precisamos mostrar que ainda somos o país de Clarice Lispector. Infelizmente acabamos aceitando muita coisa clichê e sem originalidade só porque vem de fora, enquanto livros ótimos ficam em segundo plano por serem nacionais e não serem tão divulgados ou admirados. Mas acho que isso está começando a mudar, e tenho fé de que vai mudar cada vez mais a nosso favor.
8- Como você se sentiu ao saber que seu livro iria ser publicado?
Fiquei extasiada e nervosa! Era uma grande editora, comecei bem. Mas acho que ainda são necessários incentivo e oportunidades aos escritores nacionais. Agora, publicar um livro e tê-lo em mãos é uma sensação inexprimível! Um fascínio ímpar.
9- Qual foi sua maior inspiração ao escrever?
Eu mesma, meu mundo, e coisas que vi. Acho que no fundo a inspiração é sempre o próprio escritor, vem de dentro pra fora. Alguns gritam, outros pintam, outros ainda cantam, mas alguns escrevem, “como se fosse água para sobreviver”. Não temos pleno controle de nossas inspirações, somos inalcançáveis para nós mesmos.
10- Muitas pessoas gostariam de escrever um livro, tem esse sonho, e acham que é quase impossível. Qual é a dica que você dá para quem tem essa vontade?
Impossível nunca é. Mas é necessário, de início, ter recursos financeiros. Ou então muita sorte. A dica que eu dou é divulgar o quanto for possível o trabalho, ir fazendo-o conhecido, procurar várias editoras e investir, mesmo que possa ser um pouco caro no começo. Vale a pena investir em um grande sonho. Procure acreditar que "o futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos." (Eleanor Roosevelt)
11- Uma mensagem os leitores da Revista Galaxy.
Essa mesma, de não desistirem de seus sonhos. Reencontro é um sonho, e claro que um sonho não é só um mar de rosas. Para grandes sonhos, grandes sacrifícios. O livro Reencontro fala muito sobre reencontrar sonhos, sobre ter fé. É uma história sobre coisas que parecem impossíveis, inclusive encontrar o amor quando não se tem nenhuma perspectiva disso. E desejo que vocês leiam mais autores nacionais, procurem se informar do que está surgindo! Nem sempre o que a mídia “empurra” é bom. Agradeço a oportunidade da entrevista! E todas as mensagens de apoio e carinho que tenho recebido, e também as críticas construtivas.
Nos da Galaxy estamos muito felizes com a entrevista. Obrigada por ter aceitado fazer a entrevista, e também por firmar uma parceria conosco! Amamos suas respostas, o seu amor pela escrita, e esse seu escrever em essência maravilhoso! Esperamos que todos apreciem profundamente a leitura de seu livro, e esperamos ansiosamente pelos proximos que eu espero que venham bastantes por ai!
Postado por: Amanda Valverde |