Eu estava só. Completamete viciada por procurar palavras prolixas, algo que realmente encaixasse nesse pequeno papel que é a minha vida. Absurdamente, identifico minha vida como um papel manteiga. Transparente, fina, que realmente deixa transparecer a sua essência. Parei e fiquei relembrando aqueles momentos ao seu lado, fiquei pensando no quanto sua voz seria eficiente para me acalmar hoje e no quanto o colar dos nossos lábios causaria aqueles arrepios bons de se sentir.. Mas era somente minha utópica imaginação. Nada além disso. Nenhuma expectativa. Somente a vontade de perder todo o meu tempo em seus braços, na procura de seus abraços.. Tentei parar de escrever nossa história. Inutilmente, tentei pegar no sono. Nada. Só vinha você em minha mente e, a cada vez mais, eu só ficava mais perturbada. Despertei, totalmente desnorteada e guiei-me pela luz das estrelas e o toque do sino da catedral, que, àquele momento, batia meia-noite. Vi você desmanchando, pouco a pouco, do papel, como se nada que eu fizesse fosse capaz de fazer você voltar para o cenário que eu montava, para cada palavra detalhada.
Escrito por Andreza Alves.